O Psicopata do Porão - Escrito por lico

Um “amigo” que tive, Carlos, sempre foi apaixonado por terror, assim como eu. Porém, uma coisa nos diferenciava: eu sempre fui realista para diferenciar ficção de realidade; já ele, confundia o real com o surreal, como se tudo fosse a mesma coisa. 

Sempre vi que ele tinha um olhar frio, perturbado, mas não fazia nada à respeito, pois achava que era apenas coisas da minha cabeça (pois sempre fui desconfiado). Carlos sempre foi um bom amigo e esteve ali quando eu precisava. Uma pena que o destino foi cruel. Seus pais morreram em um acidente de carro, de uma forma tão horrível, que seus rostos estavam irreconhecíveis. Depois disso, tudo foi de mal à pior. Carlos começou a se afastar das pessoas, a se isolar. 

Em sua casa havia uma espécie de porão. Carlos passava dias enfiado naquele lugar, por muitas vezes, nem notícias tinhamos dele. Até que uma vizinha começou a ficar preocupada e assustada com o que começou a acontecer; ela ouvia gritos abafados, como quando uma pessoa está amordaçada e tenta falar algo. Os gritos continuaram, entretanto, acompanhados de outros barulhos, semelhantes à coisas caindo.

Eu um dia com tudo para ser típico, Carlos saiu rapidamente da casa dos seus falecidos pais, e voltou com diversos equipamentos cobertos com um lençol branco encardido. Esse processo não demorou nem 15 minutos. A vizinhança ficou assustada com a aparência de Carlos. Muitos diziam que ele parecia ter uns 35 anos, sendo que ele tinha 23. Sua expressão estava morta e triste. Após essa “saidinha” de casa, Carlos ficou cerca de 3 meses sem sair novamente. 

A vizinha que ouvia barulhos vindos da casa de Carlos, foi assassinada de uma forma tão cruel, que muitos policiais não conseguiam nem vê-la. Ela teve sua cabeça decepada, órgãos retirados, e o mais chocante: médicos que trabalham no IML (instituto médico legal) afirmaram que houve um abuso sexual após a degolação e a cirurgia amadora para retirar os órgãos.

Periodicamente (mais precisamente de 3 em 3 meses), Carlos saia rapidamente e voltada com mais equipamentos cobertos com o mesmo lençol branco encardido. 

Dia 14 de agosto, aproximadamente às 2 e meia da madrugada, houve um incidente que marcou a cidade que Carlos habitava. Mais de 20 pessoas foram assassinadas da mesma forma da vizinha que ouvia os barulhos na casa do mesmo. Decepados, sem órgãos e abusados. A polícia começou a desconfiar de Carlos, porque era muita coincidência mais de 23 pessoas morrerem da mesma forma, sendo que a primeira fora uma vizinha deste. Então, os policiais intimaram Carlos à depor na delegacia. Foi um interrogatório comum, com perguntas comuns que não levam à nada. Porém uma coisa que Carlos não sabia, é que um grupo de policiais foram em sua casa à procura de provas enquanto ele estava na delegacia. Na casa estava tudo normal, nenhuma prova contra ele. Quando os policiais estavam indo embora, ouviram gritos desesperados, exclamações pedindo socorro. O barulho vinha do porão. Com pressa os policiais desceram as escadas e se depararam com um cadeado, sem pensar duas vezes, um dos policiais atirou contra o cadeado, arrombando-o. Entraram naquele breu e viram que haviam outras pessoas lá, todas em macas de cirurgia, vestidos como pacientes. Os policiais levaram as 4 pessoas de lá diretamente para a delegacia. Eles contaram o plano de Carlos, um plano macabro, cruel. Ele queria construir dois seres humanos: sua mãe e seu pai. Carlos escolheu a dedo cada pessoa com aparência semelhante aos seus pais, dois homens e duas mulheres. Os “pacientes” de Carlos disseram que quando ele voltasse, ia começar a cirurgia de reconstrução. Um dos homens morreria, assim como uma das mulheres morreria.

Carlos ficou preso durante 38 anos em prisão de segurança máxima. Nesse tempo ele matou oito enfermeiras, cada qual de forma de diferente; três médicos; quatro psiquiatras; um segurança; cinco psicólogos, e ao tentar matar o sexto, tomou um tiro na cabeça de um segurança que ouviu o pedido de socorro do psicólogo. Carlos morreu, assim como o psicólogo. 

Durante o processo de necrópsia, o médico legista encontrou dentro do estômago de Carlos um bilhete que estava num plástico zip lock. No bilhete dizia:

“Senhores, meu trabalho está concluído, o meu. Porém, o de meu filho não. Preparem-se, porque eu sempre fui um pequeno estorvo, meu filho será um pesadelo. Atenciosamente, Carlos.”

Há rumores que até hoje o filho de Carlos está entre nós.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Nenhum comentário:

Postar um comentário